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Mostrando postagens de 2017

A Banalização do Amém no Catolicismo

Disse Jesus: Ao anjo da igreja que está em Laodicéia, escreve: "Assim fala o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. (Ap 3,14) A palavra Amém sempre foi, para a Igreja Católica, um indicativo de adesão e afirmação de fé. Utilizada nos finais das orações e profissões de fé, ela estabelece nossa total adesão à verdade que se impõe à nossa razão. O Amém é utilizado em momentos fortes de nossa relação com Deus. Ultimamente, vemos em nossa Igreja a banalização da palavra Amém. O Amém está sendo utilizado como uma interjeição sem sentido, um cacoete sem nexo com a fé. Há muitos anos, o Amém já havia sido banalizado nas igrejas pentecostais. Esse fenômeno, agora também pertence à nossa Igreja. Recentemente, numa missa, o comentarista falava: “Amados, no próximo fim de semana teremos festa. Amém? Na quinta-feira vai acontecer o terço na casa da dona Maria. Amém? No dia 15, teremos ensaio. Amém?” O Amém é uma palavra hebraica (אָמֵן) que ind

E Quando o Padre Perde a Vida?

Disse Jesus: “Esta é a vontade do meu Pai: que todo homem que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. (Jo 6,40) Recentemente, a notícia de que padres cometeram suicídio escandalizou muitas pessoas. Cristãos, ateus, profissionais da saúde, bispos, leigos, padres, etc., ficaram chocados porque homens que lidam com o sentido da vida perderam o sentido de viver. Algumas pessoas (ingênuas) descobriram que os padres também têm sentimentos e que podem sofrer. Outras perceberam que muitos padres derramam o seu suor até a exaustão para ajudar as ovelhas que sofrem, mas eles não têm quem os ajude a enfrentar seus próprios problemas. Sozinhos, incompreendidos, exaustos e frustrados, os padres nem sempre encontram força na oração e na espiritualidade, e acabam buscando conforto na bebida, no luxo ou nos braços de outra pessoa que não é Cristo. Por fim, há aqueles que tiram a própria vida. Vida que já havia sido tirada numa rotina de ativ

Na Beira do Abismo

T u me atiraste no  abismo , bem no fundo do mar. Ali as águas me cercavam por todos os lados, e todas as tuas poderosas ondas rolavam sobre mim. (Jn 2,3) Nos últimos dias sinto que existência humana chegou à beira do abismo. A selvageria irracional eclode em todos os lugares de tal maneira que a racionalidade, característica principal que define o ser humano, encontra-se moribunda. A insanidade generalizada de nosso tempo assume formas trágicas de violência que alcançam os limites do absurdo e, como um ralo no fundo de uma piscina, busca dragar-nos retirando-nos a possibilidade de viver a paz e em paz. Muitas vezes perguntei a mim mesmo se ainda vale a pena lutar pela paz e anunciar o amor, pois sinto que estamos muito próximos da autoextinção. Mesmo com o desejo de desistir, lembro-me de São Paulo a nos dizer: “Ai de mim se não evangelizar!” (1Cor 9,16). O anúncio do Evangelho não é uma opção do discípulo de Jesus, mas é uma necessidade vital. Quando alguém é marcado por