Disse Jesus: "Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, fui eu que os escolhi para que vão e dêem fruto e que esse fruto não se perca. Isso a fim de que o Pai lhes dê tudo o que pedirem em meu nome." (Jo 15,16)
Em minha vida de padre somada aos anos de seminário e à experiência da vida religiosa franciscana, pude experimentar muitas mudanças na Igreja.
Nos últimos tempos, o Papa Francisco tem sido a grande voz profética no mundo e na Igreja. Seu amor por Jesus Mestre tem feito a Igreja redescobrir o Evangelho e o mundo redescobrir a esperança. Ele tem convocado a todos para o diálogo amoroso com Jesus Mestre através da leitura da Bíblia.
Em minha vida de padre somada aos anos de seminário e à experiência da vida religiosa franciscana, pude experimentar muitas mudanças na Igreja.
O que mais
tem despertado a minha atenção nos últimos anos é o cansaço e o desânimo que atingiram
os cristãos, principalmente os agentes de pastoral. Muita gente está
desanimada com a Igreja e já não mais confia em seus pastores. São tantas as
reclamações: padres burgueses , insensíveis e autoritários; bispos vivendo como
príncipes e distantes dos pobres; comunidades individualistas e fechadas; falta
de acolhimento nas igrejas; mulheres desvalorizadas na tradição católica;
pedofilia; amor ao dinheiro; etc. Esses são apenas sintomas de uma realidade
muita clara: estamos nos distanciando do Mestre e de seu Evangelho.
Vendo
pregações nas TVs católicas, ouvindo sermões nas rádios, lendo artigos em
jornais, sites e revistas, participando de reuniões, cursos e toda sorte de
atividade na Igreja, começo a perceber que o Jesus que pregamos é diferente do
Jesus que o Novo Testamento nos apresenta. Pregamos um Jesus por vezes duro,
distante da vida, rei, insensível, legalista, misógeno, etc... No entanto, o
Novo Testamento nos revela Jesus profundamente livre, libertador, solidário,
empático, defensor e promotor das mulheres, simples, pobre, humilde, apaixonado
pela vida, etc.
Nos últimos tempos, o Papa Francisco tem sido a grande voz profética no mundo e na Igreja. Seu amor por Jesus Mestre tem feito a Igreja redescobrir o Evangelho e o mundo redescobrir a esperança. Ele tem convocado a todos para o diálogo amoroso com Jesus Mestre através da leitura da Bíblia.
Por isso,
precisamos redescobrir o Jesus do Novo Testamento. Ter contato com a Palavra de
Deus é essencial. Precisamos nos colocar
na condição de Discípulos e Discípulas de Jesus e dialogar com o Mestre através
de sua Palavra de Amor. A Leitura Orante da Bíblia (Lectio Divina) é um
instrumento nessa tarefa de redescoberta da Pessoa de Jesus.
Hoje,
fala-se muito em leitura orante. São diversas as publicações sobre o assunto.
Aqui apresento minha experiência de oração discipular em oito passos:
1.
Preparar o ambiente
2. Invocar
o Espírito Santo
3. Leitura
da Palavra
4.
Meditação
5. Oração
6. Contemplação
7. Compromisso
8.
Despedida
É Jesus
nosso Mestre de oração. Ele conduzirá nossa experiência de contato com sua
Palavra. Ele se mostrará a nós do jeito que Ele é: caminho verdade e vida.
Por fim, faço minhas as palavras
poéticas e proféticas de Dostoievski ao regressar da casa dos mortos, sua
prisão com trabalhos forçados na Sibéria. Dostoievski afirmou: “Às
vezes Deus me envia instantes de paz; nestes instantes, amo e sinto que sou
amado; foi num desses momentos que compus para mim mesmo um credo, onde tudo é
claro e sagrado. Este credo é muito simples. Ei-lo: creio que não existe nada
de mais belo, de mais profundo, de mais simpático de mais viril e de mais perfeito do que o Cristo; e eu o
digo a mim mesmo, com um amor cioso, que não existe e não pode existir. Mais do que isto: se
alguém me provar que o Cristo está fora da verdade e que esta não se acha nele,
prefiro ficar com o Cristo a ficar com a verdade”.
Frei Demetrius Silva
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